“TEMPO PERDIDO” – AMBIENTE DE LEANDRO NEVES
Tempo Perdido – CasaCor – Rio de Janeiro
Leandro Neves
Intimista, acolhedor e contemporâneo. Essas são as palavras que Leandro Neves usa para descrever o ambiente ‘Tempo Perdido’, projetado para a mostra CasaCor – Rio de Janeiro. Em 52 m², o arquiteto responsável pelo Studio Leandro Neves desenvolve um living adaptado em livraria que, ao misturar uma decoração arrojada com o ar bucólico, consegue imprimir um espaço que resgata memórias e as traz para o presente.
“A ideia do projeto é desconstruir um ambiente tradicionalmente comercial e transformá-lo em um espaço flexível a diferentes conceitos e segmentos de arquitetura. Por se tratar de uma mostra referência em arquitetura e design, parto da premissa que a livraria age como “um descortinar do ambiente”. Para que o grande destaque fosse além da ideia livraria cotidiana, trago um ambiente com uma pegada de lounge, onde diferentes referências se misturam e um caráter intimista e acolhedor paira em cada detalhe”, explica Leandro.
Para relembrar o contato com o universo literário e trazer este ar de nostalgia, Leandro optou por estabelecer um ambiente que favorecesse uma ligação afetiva com os livros e o ato de pegar um livro, sentar e folheá-lo, espontaneamente. Para isso, o espaço conta com um design convidativo e confortável para o visitante: há poltronas, sofá, mesa e bancos para que o leitor se aconchegue e permita-se viajar por meio da leitura.
Para que houvesse espaço para alocar livros sobre design, fotografia, arte e outros temas, uma estante com 28 nichos, seis gavetas e três armários foi criada. Cada nicho é iluminado por uma lâmpada âmbar, o que confere um caráter reservado ao living. Em uma das laterais, Leandro usa um painel de madeira com um grande espelho, para garantir ainda mais profundidade ao projeto.
Os tons mais escuros, como marrom e preto, estão presentes na maior parte do espaço. A marcenaria foi desenvolvida pela Todeschini e o amadeirado da linha malbec esta presente em quase todo o ambiente, da estante até a forração do teto. Este conceito foi empregado para dar unidade ao espaço. O sofá, que capta a atenção do visitante pelo seu formato, também é logo notado pelo tom verde e aveludado; forma cor e proporção são os pontos altos quando escolhemos peças que vai ser elementos chave.
O piso em nero marquina traz sobriedade e elegância se estendendo ao banco desenhado por Leandro e feito do mesmo material em porcelanato da Portinari . “Como estamos em um prédio desenvolvido pelo renomado arquiteto Norman Foster, a ideia foi também buscar inspiração em seu trabalho e usar soluções que tenham afinidade com o mesmo”, afirma.