REFORMA EM APARTAMENTO NO LEME TRAZ LUZ NATURAL PARA O IMÓVEL

Apartamento de férias no Rio de Janeiro passa por reforma total para atender os novos donos, que moram na Nova Zelândia. O casal internacional na faixa dos 60 anos – ele, carioca; ela, neozelandesa – contou com a ajuda da arquiteta Marina Vilaça na escolha e reforma do imóvel

Apartamento no Leme assinado pela arquiteta MARINA VILAÇA do escritório MBV ARQUITETURA

Com residência na Nova Zelândia, um casal internacional na faixa dos 60 anos – ele carioca; ela neozelandesa –, com filhos de relacionamentos anteriores, queria um apartamento para passar as férias no Rio de Janeiro, quando viessem ao Brasil, e para emprestar por temporadas a amigos e familiares. A busca começou à distância, com a ajuda da arquiteta Marina Vilaça, do escritório MBV Arquitetura, na seleção do imóvel.

– Filtrei cinco opções na região do Leme e Copacabana. Elaborei uma ficha de cada imóvel, contendo vantagens e desvantagens. Fizemos reuniões online até concluirmos qual seria o melhor para as demandas deles”, revela a arquiteta, apontando que o escolhido foi um apartamento antigo de 206m², no Leme. “Eles vieram ao Brasil, fecharam o negócio e já escolhemos os materiais. Começamos o projeto à distância. Semanalmente, eu mandava relatórios, com o andamento da obra”, descreve Marina. Foram seis meses de maturação do projeto e mais sete meses do início das obras até finalizar a decoração, que traz uma mistura de referências da arquitetura carioca e neozelandesa.

O layout original do apartamento era muito compartimentado e escuro, com saletas, antessalas e circulações confusas. A demanda por luminosidade natural e por cômodos mais amplos foi, então, uma das primeiras questões a serem resolvidas. Para isso, foi necessário demolir todas as divisões possíveis da área social, de forma que o espaço fosse compreendido como único e a luz natural invadisse o ambiente. “A integração transformou completamente a experiência de estar no apartamento. Ele parece muito maior”, descreve a arquiteta. Para limitar o uso do ar-condicionado em algumas situações, foram colocadas portas de vidro, mas mantendo a sensação de um espaço único.

Tapete da Galeria hathi
Sofá da Ovoo
Mesa de centro da Velha Bahia
Poltronas do Studiobola
Luminária, banqueta preta e mesinhas laterais do Arquivo Contemporâneo
Buffet garimpado na Feira do Lavradio
Quadro de Leonardo Ventapane
Cortinas da Uniflex Ipanema
Papel de parede da Orlean
Plantas da Rayra Lira Paisagismo
Serralheria da Dettaglio
Poltrona suspensa da Franccino
Buffet garimpado na feira da Rua do Lavradio e laqueado na cor verde
Luminárias da Restoration Hardware
Mesa de jantar e cadeiras da Velha Bahia
Banqueta preta, da marca Vitra, do Arquivo Contemporâneo
Papel de parede da Orlean
Plantas da Rayra Lira Paisagismo
Poltrona suspensa da Franccino

Outra modificação estrutural foi em relação aos três banheiros originais: nenhum era suíte, sendo dois da área social e um da área de serviço. Um dos banheiros tinha 12m² e foi transformado em três, formando duas suítes e um lavabo – que ganharam os mesmos acabamentos, a pedido dos clientes. Já o outro banheiro social deu lugar à lavanderia, escondida em frente à cozinha por um porta camarão em laca preta. A área de serviço, por sua vez, foi toda demolida para ampliação da cozinha.

Mesmo com todas as modificações necessárias, os clientes queriam manter os detalhes originais do imóvel: sancas elaboradas, pé-direito alto, o taco escondido sob o carpete. O projeto foi conceituado, então, a partir dos detalhes originais que pudessem ser preservados. “Havia a oportunidade de manter muitos detalhes da construção original; esse foi o principal guia nas decisões. A escolha dos novos materiais foi em função do que poderia ficar equilibrado com o que seria mantido”, conta Marina. “Buscamos transmitir a ideia de amplitude, frescor, contemporaneidade, respeito ao imóvel original, luminosidade e identidade”, completa.

Entre essas escolhas, a cor branca foi fundamental para ampliar a iluminação natural que as aberturas geraram, além de deixar que outros elementos ficassem em destaque. É o caso dos detalhes em preto e cinza, presentes na esquadria das portas de vidro e nas bancadas em Dekton da cozinha, que conferem contemporaneidade ao projeto. Já o papel de parede com estampa de folhagens, aplicado na varanda, foi escolhido bem no início das reuniões, o que levou a adotar outros itens em verde na decoração, como a laca escolhida para o buffet, garimpado da Rua do Lavradio.

Inspirado no piso original em mármore da varanda, que foi recuperado e mantido, foi escolhido para a cozinha um porcelanato que faz referência ao Carrara, a fim de evitar os desgastes e manchas do material natural. Além de paredes e armários na cor branca, com bancadas na cor cinza, o espaço também ganhou um estar com direito a sofá e TV. “Apesar do estranhamento inicial, é prático e extremamente agradável passar horas ali, interagindo com quem está cozinhando, sentado nas banquetas e vendo alguma coisa na TV ou comendo no sofá!”, diverte-se a arquiteta.

Sofá da Velha Bahia
Almofadas da Cortinaria
Mesas laterais do Arquivo Contemporâneo
Revestimentos do Empporium Frei Caneca
Marmoraria da Guandu Mármores
Marcenaria da Mallc
Estante da Dettaglio
Banquetas da Franccino
Quadros do Denilson Machado e de Leonardo Ventapane
Paisagismo da Rayra Lira Paisagismo
Luminárias da Restoration Hardware e da Deolux Iluminação

Originalmente, o imóvel tinha uma segunda varanda aberta, mas que já contava com fechamento em vidro quando foi adquirido pelos clientes. Com o novo projeto, o acesso ao quarto principal passou a ser por essa varanda, transformando-a em uma sala íntima da suíte master. Com um banco curvo e uma mesa, o espaço se tornou o cantinho perfeito para um café com o sol da manhã. “A ideia é que esse núcleo da suíte master se tornasse um miniapartamento independente, onde uma família com crianças pudesse se acomodar, por exemplo”, conta a arquiteta.

No fim das contas, foi um projeto com grandes desafios e profundas modificações, mas que atendeu aos desejos dos clientes. “Encontramos muitas vigas invertidas e diagonais, o que resultou em diversas alterações no projeto. Ainda assim, conseguimos realizar tudo o que planejamos”, revela Marina. A parceria funcionou tão bem que a arquiteta desenvolveu para os clientes um outro projeto, desta vez na Nova Zelândia, de uma casa em um vinhedo que está atualmente em obras.

FICHA TÉCNICA:

.                     Autoria do projeto: Arquiteta Marina Vilaça, do escritório MBV Arquitetura

.                     Instagram: @mbvarquitetura

.                     Produção visual: MBV Arquitetura

.                     Fotógrafo: Juliano Colodeti, MCA Estúdio (@mca_estudio)

.                     Tipo de imóvel e localização: apartamento linear no Leme, bairro na Zona Sul do Rio de Janeiro, usado nas férias dos moradores e emprestado a familiares e amigos para temporadas

.                     Área total: 206m²

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